5/3/2018
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O auditório das Faculdades Santo Agostinho, Campus JK, sediou, na última sexta-feira (02.03), o Seminário “Trabalho Infantil e Fortalecimento da Rede”, cujo objetivo é discutir todo o papel do sistema para o enfrentamento do Trabalho Infantil no processo de valorização da infância, enquanto etapa importante para o desenvolvimento humano e proteção da criança e do adolescente.
O seminário foi uma realização da Prefeitura de Montes Claros, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CNDCA).
O seminário recebeu representantes do Ministério do Trabalho (MT), Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA) e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), varas da Infância e Juventude, entre outros importantes parceiros.
Segundo Patrícia Monteiro Jabbur, o trabalho vem sendo intensificado na cidade através do monitoramento por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS).
“A questão do trabalho infantil, é um problema cultural da sociedade por considerar que a criança que trabalha desde cedo não tem tempo para as drogas ou outros envolvimentos de vulnerabilidade social. Ledo engano. Temos que desmitificar esse conceito, pois uma porcentagem grande dessas crianças sai das escolas e se envolve com o mundo do crime e da prostituição, justamente porque não tem tempo para os estudos. A criança já chega na escola cansada. Por isso a importância deste seminário, para justamente fortalecer a rede de se pensar estratégias de proteção entre os setores que trabalham com crianças e adolescentes em risco”, destacou.
Leni Maria Pereira da Silva, assistente social, foi uma das participantes da mesa de debate. Para ela, a sociedade tem que parar e pensar a criança como um ser em fase de construção do conhecimento e do caráter, conforme determina a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“A sociedade persiste e se organiza de forma a achar que o trabalho infantil é normal e que as crianças têm que trabalhar. Está errado. É preciso fazer cumprir as leis, haja visto que são necessárias políticas públicas voltadas para o enfrentamento da pobreza e a construção de uma nova cultura conjunta e voltada para o processo de formação de agentes que assistem crianças e adolescentes em seu ambiente familiar. É preciso fortalecer o sistema de enfrentamento do trabalho infantil com uma agenda pública que valoriza a infância enquanto etapa primordial da construção e desenvolvimento humano da criança, sempre protegida das ações de exploração do trabalho e sexual”, finalizou.