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“Direito das mulheres começa na desconstrução do sistema patriarcal”, dizem pesquisadores

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O Auditório das Faculdades Santo Agostinho, Campus Shopping Montes Claros, recebeu na noite desta quinta-feira (07.12), a mesa redonda "Direito das Mulheres: Dos Discursos Religiosos às Práticas Sociais sobre o Feminino".

A palestra teve como mediador o Dr. Ildenilson Meireles Barbosa, e palestrantes os professores doutores Rodolfo Bastos, Amanda Muniz Oliveira e Simone Rosiane Corrêa.

Simone Rosiane Corrêa, mestre e professora do curso de Direito e organizadora do debate, fez uma avaliação sobre os direitos das mulheres e sobre o tema proposto para reflexão dos presentes.

“Levando em consideração que o nosso ordenamento jurídico é reflexo da estrutura que temos em sociedade e sendo ela patriarcal, os direitos das mulheres ainda são cerceados pela estrutura patriarcal. Então, muita coisa que percebemos, como o desamparo e outras questões que dizem respeito à emancipação da mulher são esperadas na verdade. Particularmente, embora seja profissional do Direito, não tenho grandes expectativas de soluções para a condição feminina. Penso que temos que começar uma reestruturação social e desconstrução do patriarcalismo, e aí o Direito como reflexo desse processo pode vir a ser o direito de mulheres”, destacou a coordenadora do evento.

Bruna de Luany Fonseca, acadêmica do 5º período noturno Santo Agostinho, disse que o papel da mulher deve ser mais discutido não apenas no campo acadêmico, mas de forma geral.

“Não temos essa discussão desde a nossa base educacional, o papel da mulher é importante na sociedade? Quem define essa importância? E porque não é se dado esse devido valor? Nossa Constituição garante o direito de iguais a todos, mas sabemos que na prática isso não acontece. Os direitos das mulheres muitas vezes são negligenciados, justamente pela falta de informação”, destacou. 

A mestre e doutoranda Amanda Muniz Oliveira, também falou sobre o direito feminino no âmbito acadêmica. “Na verdade, o direito das mulheres ainda é um assunto pouco explorado nas universidades e faculdades. Sou egressa das Faculdades Santo Agostinho e somente em meu doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e que este tema foi mais debatido. E mesmo lá, uma universidade de renome, esse tema ainda era pouco falado. Começamos a trabalhar essa temática em 2016 e, a partir das nossas pesquisas e angústias, visualizamos como é importante colocá-lo em destaque, porque se fala pouco sobre ele. Hoje, temos essas discussões no universo acadêmico, como este que estamos participando aqui na Santo Agostinho. As coisas estão mudando, o que é extremamente benéfico e relevante para o sistema jurídico”, finalizou a palestrante.