28/2/2019
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Dia 25 de janeiro Minas Gerais passava por mais um rompimento de barragem. Desta vez foi a Mina do Feijão, no município de Brumadinho, que já soma 176 mortos e 134 desaparecidos. Em 2015 houve o desastre de Mariana com 19 mortos e muitos danos socioambientais, entre eles a contaminação do Rio Doce. Atualmente são mais de oito barragens, só em Minas Gerais, com alto risco de rompimento, e, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM) no Brasil, são 43 barragens.
Como os engenheiros podem contribuir para evitar situações como Mariana e Brumadinho será o tema da mesa-redonda “Brumadinho: Discussões acerca do do rompimento da barragem Mina do Feijão.” O debate será dia 01, no Teatro Santo Agostinho, na Cidade do Conhecimento - Campus JK, Montes Claros, às 19h10. As inscrições são gratuitas e limitadas. Interessados podem se inscrever pelo site eventos.fasa.edu.br. (/brumadinho)
Para Guilherme Guimarães, Conselheiro da Câmara Especializada do Crea-MG e mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela UGMG, tragédias como a de Brumadinho podem ser evitadas por meio de fiscalização e mudança no método de construção das barragens. “A engenharia possibilita executar grandes estruturas, entretanto, temos de lembrar que o conhecimento é fundamental para garantir a qualidade e segurança, principalmente porque tudo se baseia em modelos matemáticos complexos. E lembrar que qualquer falha põe em risco a sociedade. Por isso, a autoridade técnica do engenheiro deve estar a frente dos processos construtivos,” afirma.
A formação acadêmica também influência nas grandes obras. É uma das formas de melhorar os métodos construtivos e evitar quaisquer acidentes. A coordenadora do curso Nara Cangussu, fala que as obras não podem levar em consideração apenas o fato econômico, mas sim o valor humano. “A formação do profissional em engenharia ultrapassa as barreiras do conhecimento técnico. Engloba a formação ética-profissional e a responsabilidade social. Deve-se buscar a técnica correta e materiais adequados para construção das obras, levando-se em consideração não somente a questão econômica, mas principalmente a função social das mesmas. As obras são feitas pelos homens, para os homens e para o desenvolvimento da sociedade, mas devem sempre proporcionar conforto e segurança a toda população. O curso de Engenharia Civil da FASA preocupa-se com a formação de seus acadêmicos e inclui em sua estrutura curricular assuntos pertinentes a esta temática”, disse Nara Gangussu.
Programação
A mesa-redonda vai começar às 19h15 com pequenas explanações dos debatedores. Confira a programação:
19h15 – Abertura
19h20 às 20h10 - Apresentações
Francisco Welliton Monteiro Machado
Tipos de barragens existentes, metodologias construtivas e as características do modelo utilizado em Brumadinho.
Clésio Cândido Amaral
Licenciamento ambiental para barragens de rejeitos.
Guilherme A. Guimarães Oliveira
Plano de contingência e fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) na área de mineração.
Gilberto Florêncio Faria
As responsabilidades envolvidas: civil, penal e ambiental.
Charles Aguilar Martins
Tipos de contaminantes presentes nos rejeitos de mineração.
20h20 às 21h – Rodada de perguntas e debate